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União de Maricá levará para a Sapucaí a história do mais emblemático artigo da joalheria negra

  • sitebalancodosamba
  • 7 de jun.
  • 2 min de leitura
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Com o título “Berenguendéns e Balangandãs”, a escola aposta em mais um enredo autoral de Leandro Vieira


A União de Maricá revelou neste sábado (7) o enredo que levará à Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2026, na Série Ouro. Criado por Leandro Vieira, “Berenguendéns e Balangandãs” mergulha na história da joalheria produzida por negros no Brasil, tendo o balangandã — sua confecção, simbolismo de poder e uso como poupança financeira por mulheres pretas — como mote principal para o desenvolvimento do desfile. O anúncio foi feito durante uma grande festa na quadra da escola, em Maricá, por meio de um vídeo em parceria com a Cultne, com texto do próprio carnavalesco e narração da poetisa Elisa Lucinda.

Para Leandro Vieira, autor do enredo e responsável pelo desenvolvimento de fantasias e alegorias, a proposta não apenas resgata e exalta uma estética de força e beleza, como também dialoga com pautas afrocentradas de caráter afirmativo.


- Esse conjunto de peças pendentes presas à cintura das mulheres pretas reúnem farto material iconográfico de estética exuberante. São frutas bordadas, animais estilizados em ouro e prata, objetos de marfim, azeviche e corais. Isso, embora visualmente sedutor e profundamente carnavalesco, é apenas parte dessa história de beleza. Junto da penca há todo o universo social e religioso que os associa a um modo de se impor numa sociedade escravocrata, de reinvenção do sagrado e de liberdade conquistada por mulheres empreendedoras que se exibiam cobertas por joias - afirma o carnavalesco. 


A penca de balangandãs, objeto transformado em enredo, é uma insígnia de liberdade e um símbolo do poder de mulheres pretas escravizadas que conquistaram autonomia, ascensão social e econômica em uma sociedade profundamente marcada pelo racismo. Tradicionalmente confeccionado em ouro ou prata, o adorno representa a força e resistência das mulheres negras que alcançaram a liberdade de forma autônoma, tornando-se o artigo mais emblemático da joalheria preta produzida no Brasil.


Objeto central, o conjunto de pingentes em formato de frutas, figas e outros berloques também era utilizado como amuleto e exibido na cintura como forma de ostentação pública e poder. Inspirados por um misto de referências africanas e portuguesas, os adornos se popularizaram durante os períodos colonial e imperial do Brasil e, ao serem ostentados, impunham status e afirmavam a identidade de quem os usava.

Em 2026, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar no sábado, 14 de fevereiro, na Marquês de Sapucaí, em busca do título da Série Ouro e o acesso ao Grupo Especial.


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